Um dos sentimentos mais
primitivos que existe é o medo. Ele é um dos componentes essenciais do instinto
de sobrevivência e está presente em todos os seres vivos. As plantas sentem
medo. Quando percebem que estão diante a algum tipo de ameaça à sua integridade
elas liberam comunicadores químicos, semelhantes aos hormônios, para comunicar
às outras plantas e aos animais e insetos para que possam lhe ajudar. Por exemplo, uma
planta que está sendo atacada por pulgões libera um comunicador químico que
atrai os predadores desses insetos.
Que animais também sentem medo
não há dúvidas. Basta observar um encontro casual entre um filhote de gato com
algum cachorro. O animalzinho fica todo encolhido e arrepiado ao ver seu
inimigo em potencial. Mas então, o que difere o medo que nós seres humanos
sentimos do medo dos animais?
O primeiro elemento é a presença
do medo na ausência do objeto causador do sentimento. O gato do exemplo sente
medo do cachorro ao vê-lo. Ele não deixará de sair de casa por medo de que
tenha um cachorro na esquina. Já os homens sentem medo mesmo que a situação de
risco não esteja presente. Uma pessoa deixa de ir na padaria às dez horas da noite
por medo de ter um ladrão na rua. O medo dos humanos antecipa a situação de
risco, o dos animais só se apresenta diante dela.
Outra diferença importante é que
animais e plantas só sentem medo de objetos concretos. Um sapo sente medo de
uma cobra. Ela está ali, diante dele e ele sente medo. Já os homens sentem medo
de coisas abstratas. Há quem sinta medo do futuro, do amor (ou da falta dele),
da solidão, do vazio, de errar, enfim, as pessoas são capazes de sentir medo das coisas
mais impalpáveis e, muitas vezes, improváveis.
Sentir medo é algo saudável,
extremamente importante para a manutenção da vida. Se não houvesse esse sentimento as pessoas
se exporiam a várias situações perigosas e desnecessárias. Contudo, o medo
exagerado pode paralisar. É importante identificar até onde o medo que se
sente é um instinto de sobrevivência que está beneficiando sua vida ou é algo
que tem te impedido de caminhar. Como diria Platão “Podemos facilmente perdoar
uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens
têm medo da luz”.
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