quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Inércia

Um conceito da física muito interessante é a inércia, mas o que é  inércia? Segundo a Primeira Lei de Newton, a inércia é o estado que se encontra matéria quando um corpo não está submetido à ação de forças, ou está submetido a um conjunto de forças de resultante nula. Sendo assim, quando este corpo está parado, permanece parado, e se está em movimento, permanece em movimento, em linha reta e a sua velocidade se mantém constante. Um bom exemplo da atuação da inércia é quando estamos deslocando em algum meio de transporte. Quando estamos dentro de algum veículo como, por exemplo, um carro, e ele arranca, o nosso corpo tende a ir pra trás. Assim que ele estabiliza a velocidade alcançamos o equilíbrio. Por outro lado, se  o carro frear o nosso corpo é jogado para frente.


Há momentos em que parece que nós também nos encontramos sob o efeito da inércia em nossas vidas. A pessoa não está satisfeita com o trabalho, todavia permanece fazendo aquela atividade. Não há mais amor no casamento, mas, fazer o que? Já está casado mesmo. Não gosta do bairro onde mora, contudo continua naquele lugar. Não acredita mais em Deus, porém reza o Pai Nosso toda noite. As atividades diárias tornam-se quase um ritual, levanta-se sempre no mesmo horário, come-se sempre as mesmas coisas, caminha-se sempre pelos mesmos trajetos. Já está tudo lá, pronto, é só continuar seguindo. Sorri porque tem que sorrir, come porque tem que comer, dorme porque tem que dormir. Não há prazer, apenas rotina.

A física diz que para se quebrar a inércia é necessária uma força oposta que seja maior que a soma de todas as forças que estão atuando sob o corpo. Ou seja, um carro pequeno não é capaz de parar um caminhão desgovernado, ao contrário, ele será arrastado junto com o caminhão. Na vida não é diferente, um pequeno evento é incapaz de mudar a situação. Por exemplo, uma discussão boba com o colega do trabalho não fará com que a pessoa peça demissão. Para mudar é necessário esforço, empenho.


Alguns eventos extraordinários são capazes de quebrar a inércia naturalmente. A morte de uma pessoa querida, uma doença, uma crise financeira, ou até mesmo um novo amor. Elas possuem um poder extraordinário para a transformação. Mas será que é necessário esperar que algo nesses moldes aconteça para que ocorra uma mudança?


É claro que não. O primeiro passo é reconhecer quais os ganhos que se têm em manter a situação. Muitas vezes a pessoa permanece em determinada condição por comodismo, conveniência, ou até mesmo medo. Se por um lado o salário bom, a estabilidade do casamento, a segurança do que já é conhecido, tudo isso interfere para a manutenção da rotina, por outro a insegurança do novo e a incerteza no final do caminho impedem que se dê o primeiro passo.


Romper a inércia é arriscar. Não há garantias de que será melhor, ou de que se encontrará a felicidade, mas ainda assim há aqueles que preferem tentar. No fim, parafraseando Nietzsche, “o importante é a coragem de ser si mesmo”.