sábado, 2 de novembro de 2013

Síndrome de Asperger - Parte II


Uma importante característica da síndrome de asperger, é que ela não vem acompanhada de retardo cognitivo. Geralmente pessoas acometidas por asperger possuem inteligência normal a superior. Eles podem se demonstrar alunos brilhantes em determinadas áreas e quando inseridos no mundo profissional destacam-se pela extrema dedicação.

Contudo, por não saber interpretar as informações não-verbais, o asperger também não conseguem se expressar de modo adequado. Não é raro ver crianças e adultos com asperger ter comportamentos de automutilação, como morder as próprias mãos ou bater a cabeça na parede quando estão tristes, ansiosos ou envergonhados. O contato físico pode ser algo extremamente invasivo para esses  sujeitos. Sendo assim, demonstrações de afeto comuns como abraçar, beijar ou passar a mão no cabelo de alguém não fazem parte do repertório normal de comportamento deles. Suas demonstrações físicas de afeto são muito raras e seletistas. É comum achar que indivíduos com asperger são frios, agressivos e estranhos, isso resulta em  um grande prejuízo às suas relações interpessoais o que acaba por refletir-se na sua vida familiar, estudantil, profissional e pessoal.

De um modo geral eles são rigidamente apegados às normas. Sua inflexibilidade enquanto a aplicação das regras tende a dificultar mais ainda as relações sociais, pois de modo geral as relações humanas não segue um padrão rígido de comportamento.


Muito dificilmente uma pessoa com asperger irá modificar seu modo de ver e relacionar-se com o mundo. A intervenção psicológica para esse grupo de pessoas não deve visar tal mudança. Não é correto achar que eles estão errados no seu modo de ser, contudo é necessário fazê-los compreender que eles visualizam o mundo de um modo diferente da maioria das pessoas. Dotá-los de um repertório social que facilite o acesso interpessoal e a compreensão das regras sociais é um importante passo para auxiliá-los no transito social.