quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Medo


Um dos sentimentos mais primitivos que existe é o medo. Ele é um dos componentes essenciais do instinto de sobrevivência e está presente em todos os seres vivos. As plantas sentem medo. Quando percebem que estão diante a algum tipo de ameaça à sua integridade elas liberam comunicadores químicos, semelhantes aos hormônios, para comunicar às outras plantas e aos animais e insetos para que possam lhe ajudar. Por exemplo, uma planta que está sendo atacada por pulgões libera um comunicador químico que atrai os predadores desses insetos.

Que animais também sentem medo não há dúvidas. Basta observar um encontro casual entre um filhote de gato com algum cachorro. O animalzinho fica todo encolhido e arrepiado ao ver seu inimigo em potencial. Mas então, o que difere o medo que nós seres humanos sentimos do medo dos animais?

O primeiro elemento é a presença do medo na ausência do objeto causador do sentimento. O gato do exemplo sente medo do cachorro ao vê-lo. Ele não deixará de sair de casa por medo de que tenha um cachorro na esquina. Já os homens sentem medo mesmo que a situação de risco não esteja presente. Uma pessoa deixa de ir na padaria às dez horas da noite por medo de ter um ladrão na rua. O medo dos humanos antecipa a situação de risco, o dos animais só se apresenta diante dela.

Outra diferença importante é que animais e plantas só sentem medo de objetos concretos. Um sapo sente medo de uma cobra. Ela está ali, diante dele e ele sente medo. Já os homens sentem medo de coisas abstratas. Há quem sinta medo do futuro, do amor (ou da falta dele), da solidão, do vazio, de errar, enfim, as pessoas são capazes de sentir medo das coisas mais impalpáveis e, muitas vezes, improváveis.

Sentir medo é algo saudável, extremamente importante para a manutenção da vida. Se não houvesse esse sentimento as pessoas se exporiam a várias situações perigosas e desnecessárias. Contudo, o medo exagerado pode paralisar. É importante identificar até onde o medo que se sente é um instinto de sobrevivência que está beneficiando sua vida ou é algo que tem te impedido de caminhar. Como diria Platão “Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz”.

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